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Dois pesos, duas medidas: Petrobras e OGX – 05/09/12

05/09/2012

O motivo alegado pelo mercado para derrubar expressivamente os preços das ações da OGX Petróleo (OGXP3) desde final de junho/12, foi a decepção frente aos níveis de produção de óleo da companhia constantes do relatório de produção do complexo de Tubarão Azul publicado em 26/06/12.

A OGX, ainda em estágio pré-operacional, sofreu um baque muito grande com a situação, tendo gerado uma verdadeira “dança das cadeiras” nos cargos de direção da empresa e queda expressiva no valor de mercado da companhia após o evento. Faltou experiência na administração de crises…

Já a Petrobras, “prima rica” da OGX, enfrenta problema similar, com relação à produção oriunda do pré-sal! Matéria da Folha de São Paulo (vide em http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2012/09/05/icone-da-petrobras-plataforma-p-50-extrai-mais-agua-que-oleo.jhtm) afirma que:

“… Símbolo da autossuficiência em 2006, a plataforma P-50 hoje produz mais água do que óleo. Inaugurada com pompa e circunstância pelo então presidente Lula na bacia de Campos, tem capacidade para 180 mil barris diários, mas extrai apenas 70 mil. O resto é água.”.

Problema similar, mas de proporções diferentes. No caso, muito mais sério para a Petrobras do que para a OGX, uma vez que a importância relativa dos poços em destaque para cada caso é diferente.

A OGX previa extrair, na melhor das hipóteses, 15.000 barris diários em dois dos poços do complexo; enquanto extrai apenas 10.000 barris atualmente – ou cerca de 67% do previsto.

Já a Petrobras, avaliou que a plataforma P-50 tinha capacidade para extração de 180.000 barris diários, mas extrai apenas 70.000 mil barris – ou cerca de 39% do previsto.

Além disso, as justificativas para tal desempenho foram similares entre as duas companhias, como se pode aferir pela justificativa da Petrobras veiculada na matéria da Folha:

“… A Petrobras confirmou que a produção da P-50 gira em torno dos 70 mil barris, mas disse que isso é parte do processo natural de produção.

“Os volumes produzidos de óleo e água variam ao longo do tempo, ficando a soma desses volumes limitada pela capacidade de projeto da plataforma.”

“Os poços da P-50, atualmente, apresentam produção líquida de óleo próxima de 70 mil barris por dia, com permanente ação visando identificação de oportunidades que levem ao aumento da fração líquida de óleo produzida“, afirmou em nota.”. – grifos nossos.

Dessa forma, vale perguntar: como o mercado vai avaliar tal fato? Será que vai utilizar a avaliação de “dois pesos, duas medidas”, ou vai derrubar o preço das ações da Petrobras em proporção similar ao que fez com as da OGX?

Seja como for, fica o alerta para o investidor: fatos idênticos podem pesar de maneira diferente sobre o desempenho de ações diferentes. Tudo depende da capacidade que cada companhia possui para gerenciar suas crises.

Bons negócios!

PS – Não deixe de responder à enquete formulada pelo blog em Enquete: quais os posts de sua preferência? – 03/09/12.

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